O Rio Grande do Sul desceu do segundo para o terceiro lugar no ranking dos Estados mais inovadores do Brasil. Os dados são do Índice de Inovação dos Estados. O estudo aponta São Paulo como a região mais inovadora do país, seguida de Santa Catarina.
A queda é registrada tanto no cenário nacional quanto no regional, que contempla os três Estados no Sul. Segundo os organizadores, o resultado indica que o Rio Grande do Sul tem capacidade "promotora de inovação que se reverte em resultados promissores."
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (29). Para quem, como a coluna, lembrava que o Estado estava em quarto lugar no ano passado, uma explicação: mudou a metodologia do indicador. Como recomenda a boa estatística, a partir disso, toda a série foi recalculada.
O levantamento é feito pelo Observatório da Indústria, da Federação da Indústria do Estado do Ceará (FIEC) com apoio da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O estudo tem como propósito identificar os principais pontos relacionados à inovação e mensurar o patamar em que os Estados estão.
Na avaliação de Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria, o estudo ajuda a identificar atividades inovadoras que se desenvolvem com fluidez, além de pontos de melhoria a serem trabalhados. Espírito Santo e Maranhão aparecem como os Estados que mais cresceram no ranking. Entre as regiões, o Sul aparece como a segunda mais inovadora, com o Sudeste na ponta do ranking e, em terceiro lugar, o Nordeste.
A situação do RS
Para construir o ranking, o índice avalia uma série de aspectos envolvidos no processo de inovação divididos em dois grandes grupos: Capacidade, que avalia o ambiente inovador, e Resultados, avaliações sobre a inovação em si.
O primeiro analisa investimento público em ciência e tecnologia, capital humano (graduação e pós-graduação), inserção de mestres e doutores, instituições, infraestrutura e cooperação. O segundo considera competitividade global, intensidade tecnológica, propriedade intelectual, produção científica e empreendedorismo inovador.
Os melhores resultados do Rio Grande do Sul foram conquistados nas áreas de cooperação (1º), produção científica (3º) e capital humano - pós-graduação (3º). Nos três, foi mantido o desempenho conquistado na edição anterior do estudo. Mas em empreendedorismo, em que o Estado ocupava a 2ª posição no ano passado, caiu para 4º.
Mas há pontos de atenção consideráveis, não só na comparação com os demais, mas em relação a levantamentos anteriores: o Estado saiu da 8ª para a 6ª posição em infraestrutura, problema crônico gaúcho. E na categoria "instituições", a queda foi 16ª para a 18ª colocação no ranking nacional. Segundo os avaliadores, isso demonstra uma "dificuldade do Estado em manter um bom ambiente institucional."
O RS da melhor à pior posição
Cooperação: 1º
Produção científica: 3º
Capital humano – pós-Graduação: 3º
Empreendedorismo: 4º
Intensidade tecnológica: 4º
Propriedade intelectual: 4º
Capital humano - graduação: 5º
Competitividade global: 5º
Infraestrutura: 6º
Investimento público em ciência e tecnologia: 8º
Instituições: 18º
*Colaborou Camila Silva