Em 2024, o dólar se valorizou em relação a várias outras moedas. Nessa perspectiva, a depreciação do real foi a sexta maior, de 21,8%, seguida de perto pela do peso mexicano, que acumulou 18,5%.
Essa comparação reversa – não quanto o dólar variou ante cada moeda, mas quanto cada uma perdeu ante a "verdinha" – é importante para dar consistência à análise dos problemas que o Brasil tem de resolver - e são muitos - e o que é uma flutuação que ocorreria em dimensão semelhante em qualquer cenário.
As moedas que mais perderam valor são de países com problemas graves, de guerras a "derretimento", como no caso da Venezuela. Mas há um segundo grupo que perde muito, formado por países em que o mercado de câmbio é muito líquido, ou seja, capitais entram e saem com facilidade. Isso não quer dizer que também tenham problemas sérios a resolver, como no Brasil.
Na lista que inclui 118 países, apenas 22 tiveram alguma apreciação ante o dólar. Vão de robustos 21,6% do xelim de Quênia ao quase invisível 0,1% do somoni do Tadjiquistão. O curioso é que são todos países pouco relevantes na economia mundial.
As 10 maiores depreciações
País | Moeda | Variação em 24
- Sudão do Sul | Libra | -72%
- Etiópia | Birr | -56,5%
- Nigéria | Naira | -41,7%
- Egito | Libra | -39,2%
- Venezuela | Bolívar | -30,8%
- Brasil | Real | -21,8%
- Argentina | Peso | -21,6%
- Gana | Cedi | -18,5%
- México | Peso | -17,3%
- Turquia | Lira | 16,4%
As cinco maiores apreciações
- Quênia | Xelim | 21,6%
- Sri Lanka | Rupia | 10,7%
- Libéria | Dólar | 5,4%
- Uganda | Xelim | 3%
- Malásia | Ringgit | 2,9%
Fonte: Austin Rating