Atualização: na quarta-feira (14), a Equatorial informou que decidiu não participar do leilão da transmissora para deixar seu foco no Estado exclusivamente na recuperação da CEEE-D. Texto abaixo já está atualizado sem a empresa entre as candidatas.
Na reta final da privatização da CEEE-T, com leilão previsto para a próxima sexta-feira (16), pelo menos oito empresas são vistas no mercado como potenciais interessadas na aquisição da empresa de transmissão de energia gaúcha. O preço mínimo é de R$ 1,699 bilhão.
Essa atividade é comparável a uma espécie de transporte de eletricidade no atacado, ou seja, entre a produção (geração) e o consumo (distribuição), e devido ao impasse que envolveu a Eletrosul há alguns anos, boa parte das candidatas já atua no Rio Grande do Sul.
O braço de transmissão é o mais valioso da CEEE. Como a coluna havia antecipado, o preço total de avaliação é de R$ 2,5 bilhões. A empresa será ofertada por um preço mínimo mais baixo porque só será colocada à venda a participação do governo gaúcho, que corresponde a 66,06% da empresa. A outra fatia de 32,65% é da Eletrobras.
Conforme informações que circulam no mercado, ao menos seis empresas buscaram informações oferecidas pelo governo do Estado para avaliação da CEEE-T. Nesta segunda-feira (12), devem entregar à bolsa de valores as propostas que serão abertas na sexta-feira (16). Há expectativa de intensa disputa, que poderia levar a arrecadação do governo gaúcho a R$ 3 bilhões. O setor de transmissão de energia é o mais cobiçado, porque tem menos complexidades regulatórias e é o que mais dá retorno aos investidores.
Veja quais são as candidatas
Canada Pension Plan: a gestora profissional do plano de previdência com 20 milhões de contribuintes investe em participação em empresa e infraestrutura. Tem várias participações em empresas no Brasil, que somam R$ 28 bilhões. Às vésperas do leilão da Cedae, no Rio, fez aporte de R$ 1,2 bilhão na Iguá, que ficou com o segundo maior bloco concedido.
CPFL: era considerada favorita para arrematar a CEEE-D, porque já controla dois terços da atividade de distribuição no Estado por meio da RGE, mas não encarou o desafio de recuperar a estatal quebrada. Ficou com o menor do lotes "fatiados" de obras de transmissão no Estado, em 2018, como decorrência do descumprimento dos prazos da Eletrosul. É controlada pela chinesa State Grid.
Cymi: foi a empresa que, com o fundo de investimentos Brookfield, de origem canadense, compôs o consórcio Chimarrão, ficou com a maior fatia das obras de transmissão no Estado no leilão de 2018. O controle da Cymi é do grupo espanhol ACS, conhecido globalmente na indústria de construção e infraestrutura.
EDP: não ficou com nenhum lote em 2018, mas no ano seguinte adquiriu a Litoral Sul Transmissora de Energia (LSTE), que pertencia à chinesa CEE Power e à brasileira Brafer, assumindo compromissos de R$ 407 milhões, sinal de interesse no mercado gaúcho.
ISA Cteep: foi a empresa que disputou com o consórcio Chimarrão (Cymi/BRK) o maior lote de obras em 2018. A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) foi criada em 1999 com a divisão dos ativos da estatal paulista CESP e é controlada pela colombiana ISA.
MEZ: foi a maior vencedora do mais recente leilão nacional de transmissão. Em dezembro de 2020, ganhou disputa com a CEEE-T para reformar a subestação Porto Alegre IV. É controlada pela família Zarur, que antes de entrar no segmento atuava em construção civil.
Neoenergia: ficou com o segundo maior lote de obras no Estado no leilão de 2018, tem cerca de 6 mil quilômetros de linhas em todo o país. É controlada pelo grupo espanhol Iberdrola.
Taesa: em declaração recente, o diretor de relações com investidores da Taesa, Cristiano Grangeiro, disse que a empresa pretende "participar de todos os leilões para arrematar lotes de transmissão" no país. O da CEEE-T é mais específico, mas o apetite da empresa por novos investimentos é claro. Também entrou no Estado a partir do leilão de 2018.