Foi alentador para o Rio Grande do Sul o resultado do leilão de transmissão de energia realizado nesta quinta-feira (20) na bolsa de valores, em São Paulo. O lote mais importante, número 10, que representa investimento de R$ 2,4 bilhões, foi arrematado pelo consórcio Chimarrão, formado pela Cymi Brasil, empresa do grupo espanhol ACS, e pelo fundo de investimentos Brookfield, de origem canadense. O ACS é um nome conhecido globalmente na indústria de construção e infraestrutura. Todos os lotes do antigo e polêmico Lote A foram arrematados, projetando solução futura do problema de conexão elétrica do Estado.
O Brookfield tem vários projetos na área de infraestrutura no Brasil e comprou recentemente da Odebrecht seu braço de saneamento, tornando-se responsável pelo abastecimento e tratamento de água em Uruguaiana. A escolha do nome já indica que ambos miravam esse pacote, um dos maiores ofertados no leilão.
O envolvimento dessas marcas reconhecidas é importante porque o Estado havia se frustrado com fracasso da tentativa de atrair duas estatais chinesas para o Lote A, que neste leilão foi fatiado em quatro lotes menores, dos quais o maior era o de número 10.
Os dois grupos brigaram até o fim pelo direito de realizar a obra. Foi o lote mais disputado no certame, com 10 lances de viva-voz entre as corretores representantes do Chimarrão e da Companhia da Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Ctesp). No entanto, o tamanho médio do desconto oferecido pelos blocos de obra no Estado ficou longe dos mais ousados.
O do lote 10, por exemplo, foi de 42,38%, enquanto nos anteriores havia alcançado até 57%.