Durante a audiência pública para privatização do braço de transmissão da CEEE, realizada logo depois do anúncio oficial do preço mínimo da empresa para o leilão, o consórcio contratado para a modelagem informou que o valor da empresa é de R$ 2,5 bilhões.
Por que, então, o preço mínimo é de R$ 1,698 bilhão? Ocorre que a estatal gaúcha só fixou o valor de 66,06% da empresa que será privatizada, porque tem uma sócia no negócio.
Ao contrário da CEEE-D, que está virtualmente quebrada, a CEEE-T é a mais valiosa das três estatais do setor. Portanto, no caso da distribuidora, a Eletrobras, sócia dos três braços da estatal gaúcha, aceitou uma diluição de participação. No entanto, sua fatia de 32,65% na área de transmissão vale algo. No passado, chegou a haver uma tentativa de conciliar a venda das duas sócias, mas não evoluiu.
Por isso, há outra transação aberta entre CEEE e Eletrobras, com prazo de definição até 11 de maio. A estatal federal tem o controle, com 51% do capital total, de dois ativos em que ambas são sócias: a Transmissora Sul Litorânea de Energia (TSLE), com 487 quilômetros de linhas de transmissão, e a Fronteira Oeste Transmissora de Energia ( Fote), com 285 quilômetros de linhas.
Pela modelagem, a Eletrobras, que tem direito a preferência em caso de venda, terá até 11 de maio para se manifestar sobre o que quer fazer com esses ativos. Poderá ficar com seus 51% (só os 49% foram considerados na avaliação), ou exercer seu direito de preferência e comprar essas duas participações da CEEE-T — o que é improvável, uma vez que a própria Eletrobras deve ser privatizada. E até 60 dias depois do leilão, antes que o comprador assuma, pode ainda comprar ou vender essas participações.