A decisão da Assembleia Legislativa que abre caminho para privatizar Corsan, Banrisul e Procergs deve permitir que o Piratini mude o controle da estatal de água e saneamento ainda em outubro.
Mas diferentemente da CEEE-D e da CEEE-T, que seguem o rito mais conhecido de desestatização, o plano A não é fazer um leilão com disputa entre empresas do setor: o sonho é transformar a Corsan em uma "corporation".
Calma que a coluna explica: "corporation" é o jargão do mercado financeiro para empresas sem controlador definido, que tem ações pulverizadas entre vários investidores. É como a Lojas Renner e a Equatorial Energia, que arrematou a CEEE-D.
É por isso que a desestatização se daria como seguimento da oferta inicial de ações (IPO na sigla em inglês), já prevista para outubro. Bastaria adaptar os termos desse IPO para oferecer mais de 50% de ações ordinárias. Como o governador Eduardo Leite já disse que pretende manter uma fatia de 30% no capital total da empresa, poderia se manter como o principal acionista, mesmo sem controlar a empresa.
Interlocutores ouviram do presidente da Corsan, Roberto Barbuti, que o plano A seria fazer a abertura de capital da Corsan diretamente no Novo Mercado, segmento da bolsa de valores dedicado a empresa com alto padrão de governança corporativa.
Como a inclusão nesse padrão exige adoção de regras que ampliam os direitos dos acionistas, as ações também costumam ser mais valorizadas, o que seria um atrativo extra a investidores. E os papéis necessariamente têm de ser ordinários, ou seja, que dão direito a votar nas decisões sobre a empresa.