Quem lê esta seção já deve ter percebido que uma expressão é repetida com frequência: engajar a equipe. Essa preocupação dos líderes de empresa aumentou a procura por serviços como o da HappyHouse, agência de marketing interno — chamado também de endomarketing — comandada por Analisa Brum.
— Nossa demanda dobrou, até nos assustou no início. Tivemos clientes muito afetados, como JBS, Gol, Lojas Renner. Foi preciso intensificar a comunicação interna, porque se a pessoa não sabe nada, não se sente na empresa. Tivemos de contratar mais 10 pessoas, passamos de 65 para 75 funcionários, para dar conta do trabalho e agir na emergência.
De um dia para outro, pondera Analisa, empresas enormes tiveram de tomar decisões rápidas sobre trabalho em casa, redução de jornada e de salário, suspensão de contrato. Embora o engajamento fosse um principais problemas das empresas há alguns anos, afirma, na pandemia a necessidade de se comunicar e motivar os times se impôs:
— Vimos líderes que nunca falavam com as equipes fazendo lives mensais. Muitos estão nos dizendo que nunca se sentiram tão próximos dos times como agora. As pessoas precisam saber que existe alguém no comando e não foi para a praia.
Isolamento
"Estive em home office até o final de maio. Retornei para a sede da Happy no primeiro dia de junho, mesmo decidindo que toda a nossa equipe permaneceria em home office. Entendi que seria mais produtiva retornando, o que realmente aconteceu. Hoje, estão comigo umas oito pessoas da equipe que retornaram por vontade própria."
Leitura e lazer
"Decidi aproveitar o momento para escrever um novo livro sobre Endomarketing e tenho lido bastante sobre a experiência do colaborador. No início da quarentena, assisti a muitas lives sobre o mundo digital. Como lazer, tenho assistido filmes e séries variadas. Acabei de ver Emily em Paris."
Combate ao coronavírus
"Com a máxima leveza possível, porém atenta aos cuidados necessários. Depois de quase três meses sem sair de casa, decidi que retornaria a uma vida seminormal de máscara e muito álcool gel. Acredito nos benefícios da imunidade de rebanho e na necessidade de assumirmos alguns riscos para que a economia não pare. Já temos pobres demais no nosso país."
Aprendizado
"Que o líder precisa ser muito presente, mesmo que de forma digital, para que a empresa continue existindo e, a equipe, produzindo. Aprendi, também, que não devemos 'demitir no susto'. É preciso aguardar um pouco, analisar cenários e buscar alternativas para preservar os empregos que geramos. No início da pandemia, tínhamos 65 pessoas na equipe. Na segunda semana da quarentena, demitimos duas pessoas 'no susto'. Logo depois, convidamos essas duas pessoas para retornarem e contratamos mais 10. Em vez de diminuir, nossa demanda aumentou, pois a comunicação interna e o endomarketing passaram a ser prioridade na agenda dos executivos."
Reflexões
"Com relação aos negócios, percebi a necessidade de três coisas: ser digital, reagir rapidamente e ter capacidade de adaptação. Os negócios com essas características enfrentaram melhor a pandemia. Com relação à vida, percebi que nada supera ou substitui a convivência e a interação humana. Me atrevo a dizer que muitas empresas que decidiram passar totalmente para o formato home office voltarão atrás. Acredito em modelo híbrido. Tanto nos negócios quanto na vida, as pessoas precisam se encontrar e trocar."