Lily Collins é Emily na nova série da Netflix: Emily em Paris. Como o título antecipa, a produção narra as aventuras da moça na movimentada capital francesa. Executiva de marketing, natural de Chicago, ela cai de paraquedas em uma promoção que a leva a Paris, mesmo que ela nem domine o idioma. A partir de então, são dois passos para se apaixonar pela cidade das luzes e aprender a odiar sua população.
Acontece que, pelo jeito, os franceses também não ficaram muito fãs de Emily. A imprensa parisiense, especialmente, ficou ofendida com a coleção de estereótipos que a série apresenta, que crescem nos capítulos na mesma velocidade vertiginosa dos seguidores da personagem, que logo se transforma em uma influenciadora.
"(Na série) aprendemos que os franceses são "todos maus", que são preguiçosos e nunca chegam ao escritório antes do final da manhã, que são paqueradores e não estão realmente apegados ao conceito de lealdade, que são sexistas e retrógrados e, claro, que têm uma relação questionável com o banho", escreveu o crítico Charles Martin ao Premiere. "Sim, nenhum clichê é poupado, nem mesmo o mais fraco."
No Sens Critique, Cosette Way também não perdoou a afetação da série, que a cada episódio traz Lily Collins com uma boina diferente e um croissant na mão: "Os escritores podem ter hesitado por dois ou três minutos em enfiar uma baguete embaixo do braço de cada francês, ou mesmo uma boina, para distingui-los claramente, por outro lado, é verdade que todos os franceses fumam cigarros e paqueram até a morte".
Já Aymeric Parthonnaud, da estação de rádio RTL, comparou Emily em Paris a outros títulos que mantêm viva essa versão fantasiosa de Paris: "Raramente vimos tantos clichês na capital francesa desde os episódios parisienses de Gossip Girl ou o fim de O Diabo Veste Prada." A série, inclusive, é citada por Emily como uma de suas inspirações na vida. "Entre a boina, os vestidos de cocktail e as ruas impecáveis, os parisienses vão ter dificuldade em reconhecer o seu dia a dia", concluiu.