A bolsa de valores do Brasil, que se chama B3, criou um índice para classificar empresas que cuidam tanto de seu impacto social e ambiental quanto da gestão. Tendência global, a busca pelo carimbo conhecido como ESG (da sigla em inglês para Environmental, Social and Governance) busca espaço no Brasil que tenta superar a má imagem ambiental.
Na listagem da B3, a gaúcha Lojas Renner é a empresa mais bem colocada. Divulgado nesta semana, o indicador é realizado com apoio da S&P Dow Jones, líder global em índices relacionados ao mercado de capitais.
O índice exclui empresas que não aderem aos princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Há dois anos, quando inaugurou sua nova sede em Porto Alegre, a Renner já mostrava atenção para esse temas: o prédio foi concebido para se enquadrar na certificação de edifícios sustentáveis. Para ficar bem colocada no índice ESG, a empresa tem de somar determinada pontuação. A Renner teve a mais elevada, por isso, alcançou o topo.
Além de liderar o S&P/B3 Brasil ESG, a varejista é a única empresa brasileira do seguimento presente no Índice Dow Jones de Sustentabilidade. Para 2021, a empresa assumiu o compromisso de ter 80% dos produtos com menor impacto ambiental, incluindo algodão 100% certificado. Também planeja suprir 75% do consumo de energia com fontes renováveis e reduzir em 20% as emissões de gás carbônico em relação a 2017.
Embora ainda exista muita discussão sobre o futuro dos compromissos sociais e ambientais das empresas, a criação do indicador na bolsa brasileira é mais um sinal de que o governo Bolsonaro precisa rever discursos e práticas, especialmente os ligados à preservação ambiental. Em Brasília, ainda existe em considere o tema um reflexo do "marxismo cultural". Será que a bolsa de valores virou comunista?