Conforme a justificativa que circulou no mercado financeiro, o adiamento foi necessário porque as medidas ainda não estão com seus textos legais prontos. Diante da falta de projetos concretos e do abandono do figurino "paz e amor" pelo presidente Jair Bolsonaro, a solução foi adiar o anúncio, de terça-feira (24) para até o final do mês.
A intenção de manter o anúncio nesta semana não tem garantia, diante da falta de projetos concretos. Ficou mantido para a terça-feira (24) o Casa Verde-Amarela, nova embalagem do Minha Casa Minha Vida.
Como o pacotão retomaria os eixos do Pró-Brasil, que se notabilizou negativamente pela falta de base, o adiamento foi prudente. Depois da frustração com as sete teles iniciais do plano formulado na Casa Civil, mais um anúncio no vácuo seria desastroso.
O que se sabia até agora era que o programa teria o eixo "progresso", com o Renda Brasil, substituto do Bolsa Família e do auxílio emergencial, um conjunto de obras e medidas para criar empregos. O outro eixo, "ordem", teria medidas regulatórias, avanços na reforma tributária, além da volta de um projeto caro a Guedes, o DDD (desvincular, desindexar e desobrigar).
O DDD faz parte do plano de baixar o piso para não "furar o teto". Reduziria despesas obrigatórias para abrir espaço no orçamento – com risco para as áreas de educação e saúde. Por reunir tantos e tão diferentes projetos, o big bang de Guedes já era chamado de "lego", por ter vários blocos de iniciativas, e "novo PAC", por incluir obras.
O adiamento, no meio da tarde, foi sentido no mercado financeiro, mas o impacto não foi forte. A retomada do discurso agressivo de Bolsonaro por dois dias seguidos, depois dos 66 de moderação contados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também recomendava postergar o anúncio, que deveria abrir a agenda positiva depois da pandemia.