Um dia após afirmar que estava com vontade encher a boca de um repórter "de porrada", o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a imprensa durante evento no Palácio do Planalto ao afirmar que ele, como atleta, tem mais chance de sobreviver ao coronavírus do que um jornalista “bundão”:
“Em 78, um soldado numa oficina de cordas caiu numa lagoa que tinha mais ou menos dois metros e meio de profundidade. É pouca coisa. Dois metros e meio é isso aqui. E eu consegui, era um jovem aspirante do exército brasileiro, tinha 23 anos, sempre fui atleta das forças armadas. Aquela história de atleta né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é bem menor. Só sabe fazer maldade e usar a caneta com maldade, em grande parte. A chance de sobreviver é bem menor que a minha”.
A declaração de Bolsonaro ocorreu no final da manhã desta segunda-feira (24) durante o Encontro Brasil vencendo a covid-19 no Palácio do Planalto, com a participação de jornalistas. O evento reuniu entre os convidados, médicos que aprovam o uso da hidroxicloroquina no início dos sintomas da covid-19. Bolsonaro elogiou a decisão dos médicos em usar o medicamento:
“Vocês salvaram sim, no meu entendimento, muitas, milhares e milhares de vidas pelo Brasil. E se a hidroxicloroquina não tivesse sido politizada, muitas mais vidas poderiam ter sido salvas dessas 115 mil que o Brasil chegou”.
No domingo (23), ao ser questionado sobre os repasses de R$ 89 mil feitos por Fabrício Queiroz - ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro - para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente Bolsonaro afirmou que a vontade dele era encher a boca do jornalista de porrada. Para o Ministério Público do Rio de Janeiro, Queiroz seria o operador financeiro da "rachadinha", quando parte do salário dos assessores é devolvida ao parlamentar.