Se até há uma semana o parâmetro para a turbulência nos mercados era a crise de 2008, nos últimos dias a referência escalou muitos degraus. Agora, são as referências à Segunda Guerra Mundial que pontuam relatórios, análises e projeções. O acordo para aprovação do pacote de ajuda econômica – nem é mais de estímulo que se trata – de quase US$ 2 trilhões nos Estados Unidos, o maior da história, ajudou a mudar a régua das necessidades, para o bem e para o mal.
Na terça-feira e hoje, foi a perspectiva de aprovação desse conjunto ambicioso de providências que animou os mercados e produziu dois robustos resultados positivos na bolsa de valores do Brasil e na sua principal referência, a de Nova York. Como são altas ainda anormais, fazem parte da anormalidade que ainda estamos vivendo. Havia expectativa de que o dólar terminasse o dia abaixo de R$ 5 - seria a primeira vez desde 16 de março -, mas a moeda acabou fechando, teimosa, em R$ 5,033.
É bom observar, daqui para a frente, o comportamento do mercado financeiro. Assim como foi o primeiro a entrar em modo pânico, também deverá ser o primeiro a caminhar para algo perto de alguma acomodação. Mas o que provoca esse clima de montanha-russa não é só a pandemia de coronavírus. A outra crise está relacionada, e não vai reagir a mudanças nas regras de isolamento, caso ocorram: a queda na cotação do petróleo, decorrente da guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia, segue no radar dos investidores.