Se o tombo geral da bolsa foi feio, de 14,8%, houve desabamentos ainda piores, como o das empresas aéreas Gol (36,29%) e Azul (32,89%). Perder quase um terço do valor de mercado de uma só vez é impressionante, mas o caso mais dramático é mesmo o da Petrobras. As ações da maior estatal brasileira caíram a menos da metade em apenas 30 dias (veja gráfico abaixo). Como lembra o diretor da MaxiQuim, João Luiz Zuñeda, há duas crises que deságua na companhia: a do impacto econômico do coronavírus, que projeta perdas em vários setores, e a específica do choque inverso do petróleo, que parece longe de uma solução.
– A perda da Petrobras é reflexo do choque global e de um específico de seu mercado, resultante da guerra de preços entre a Rússia e a Arábia Saudita, com reflexos nos Estados Unidos — afirma Zuñeda.
Na semana passada, a Rússia não aceitou acompanhar um acordo na Opep para frear a produção e, portanto, a queda nos preços do petróleo. Em represália, a Arábia Saudita derrubou seus preços para roubar mercado dos demais países.
A Petrobras foi obrigada a baixar o preço dos combustíveis no mercado interno, o que representa um alívio para os consumidores, mas uma preocupação para a empresa, que terá menos receita para encarar o solavanco.