Com poucos minutos de negociação, a bolsa da valores foi obrigada a interromper os negócios devido à forte queda no Ibovespa, principal indicador do pregão nacional. As regras do mercado financeiro preveem que, quando o tombo passa de 10%, deve ser acionado o mecanismo que trava as operações, chamado circuit breaker (expressão em inglês que significa disjuntor, ou seja, o equipamento que desliga a energia).
É uma ferramenta de segurança, disparada quando ocorrem reações negativas atípicas nos preços das ações, geralmente decorrentes de momentos de extremo nervosismo ou pânico, por sua vez reforçados pelo chamado "comportamento de manada", irracional. A intenção é parar tudo por algum tempo para recuperar racionalidade nos negócios e evitar queda mais acentuada.
O mais recente episódio que acionou o circuit breaker no Brasil ocorreu no dia 18 de maio de 2017, depois da divulgação de uma gravação de um diálogo comprometedor entre o então presidente Michel Temer e um dos donos da JBS, Joesley Batista. Na data, os negócios ficaram parados por meia hora antes da retomada. Foi a primeira depois da crise global de 2008, quando foi necessário recorrer com frequência incomum ao mecanismo.
Nesta segunda-feira, as bolsas de valores despencam em todo o mundo, com tombos que passam de 9%, como no Brasil e em Milão, na Itália. O motivo mais imediato é a queda nos preços do petróleo, que projeta perdas em cadeia em vários setores, mas também pelo aprofundamento das perdas na Itália, que pôs em quarentena toda a região da Lombardia, um dos principais motores da economia do país europeu.
Como o circuit breaker funciona no Brasil
Com queda de 10%: ocorre a primeira parada, de 30 minutos.
Caso a queda se aprofunde até 15%: se depois da primeira pausa o declínio se aprofundar, uma nova interrupção ocorre quando o Ibovespa cair 15%.Nesse caso por mais uma hora.
Caso chegue a 20%: se depois de uma hora sem negociações a queda seguir e alcançar 20%sobre o dia anterior, a Bovespa volta a travar a operação e decide o prazo de suspensão.