O aumento do risco no mercado de petróleo provocou fortes variações na bolsa brasileira.
A Petrobras foi a maior beneficiada, com alta de 3,94% e a Ultrapar, dona da rede de postos Ipiranga, subiu 3,94%, enquanto as companhias aéreas enfrentaram grandes perdas. A Azul, por exemplo, despencou 8,45%, e a Gol, 7,48%. O comportamento dos investidores obedece à lógica que de a consequência de curto prazo do atentado a instalações petrolíferas da Arábia Saudita deve impactar os preços dos combustíveis no Brasil.
Nessa lógica, a alta de preços ajudaria a melhorar os resultados da petroleira estatal e da distribuidora privada, ao mesmo tempo em que elevaria os custos das companhias aéreas. O querosene de aviação, combustível dos aviões, nunca foi incluídos nas tentativas da Petrobras ou do governo federal de frear o impacto das variações externas no Brasil. Nos episódios de política de preços controlados ou de intervenção presidencial, a lógica só contemplou gasolina e diesel.
Para David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da ANP, que se declara "totalmente contra o controle de preços em situação normal de mercado", a situação atual é "atípica":
– A Petrobras deve interpretar o episódio com cautela. A empresa tem hedge (proteção de instrumentos financeiros) e tem prazos. Precisa ver se vai haver apenas um soluço nos preços. No curtíssimo prazo, o mais acertado é esperar para ver se essa superelevação de ontem para hoje se mantém. Não vejo muita condições de o preço futuro se manter nesse patamar.