Após a economia rastejar entre janeiro e junho, analistas de setores como o mercado financeiro projetam horizonte mais animador – ou não tão frustrante – no segundo semestre. Para isso, apostam suas fichas no avanço da reforma da Previdência e em medidas como privatizações prometidas pelo governo Jair Bolsonaro.
Economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas avalia que o país começa a sair do estágio de “proposição” para fase de “realização”. Ao tocar nesse ponto, cita a possível aprovação das mudanças na Previdência, mas pondera que a retomada é um processo “lento” e sem “receitas mágicas”.
– O primeiro semestre foi marcado pela frustração. No segundo, a economia deve parar de desacelerar e ter algum retorno. Em agosto, a reforma da Previdência deve estar aprovada na Câmara, e o juro, menor. Estamos saindo da proposição para a prática – diz Tingas, que dará palestra sobre o cenário macroeconômico, no próximo dia 25, no Sheraton Porto Alegre.
O otimismo de analistas não representa a eliminação de riscos. Temores de que turbulências entre Planalto e Congresso ou declarações polêmicas de governistas voltem a se repetir deixam observadores de cabelo em pé.
Nesta terça-feira (16), Bolsonaro voltou a defender indicação de seu filho e deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada brasileira em Washington. A posição já recebeu série de críticas de diplomatas. Ainda nesta terça-feira, o novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, prometeu esforços para explicar a “caixa-preta” do banco. Parte dos analistas questiona como é possível a medida adiante.