A projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento da economia brasileira desabou. Nesta terça-feira (23), a organização passou a estimar avanço de 0,8% no Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2019. A previsão anterior, apresentada em abril, indicava alta de 2,1%.
Apesar de chamar atenção pela magnitude, o corte já era aguardado. Diante da fraqueza da economia na largada do ano, analistas baixaram suas projeções nos últimos meses. Representantes do mercado financeiro ouvidos semanalmente pelo Banco Central (BC) passaram a estimar avanço de 0,82% neste ano. Ou seja, em patamar semelhante ao agora previsto pela organização internacional, que atualiza o número a cada três meses.
– O corte do FMI foi uma facada, mas já era aguardado. Com o desempenho da economia até aqui, não havia como a projeção ficar próxima de 2,1% – observa a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto.
Para o PIB crescer com mais vigor, Simone vai além da defesa da agenda de reformas como a da Previdência e a tributária. Para a economista, o país precisaria discutir com mais atenção políticas de desenvolvimento industrial.
– Entendo que isso não seja a prioridade do momento. Mas é preciso tirar benefícios pré-históricos de alguns setores e olhar mais para aqueles que podem gerar mais empregos. É um assunto delicado, porque envolve interesses políticos e empresariais – pontua.