A confiança da indústria no país caiu ao menor nível desde outubro do ano passado. Em julho, o indicador que mede esse sentimento nas fábricas, o ICI, teve baixa de 0,9 ponto e atingiu a marca de 94,8, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em outubro, estava em 94,2 pontos.
A mensagem deixada pelos números é de que o otimismo de empresários perdeu o fôlego acumulado depois das eleições presidenciais. Ou seja, o bom humor industrial com a mudança de governo foi zerado. Parte da explicação para o resultado está relacionada ao desempenho decepcionante da economia no primeiro semestre. A fraca atividade no período reflete combinação de fatores internos e externos.
Dentro do país, a falta de demanda por produtos e serviços preocupa empresários. Além disso, recentes turbulências entre governistas e parlamentares diminuíram o ritmo de andamento da reforma da Previdência e também respingaram no ânimo industrial. No front externo, a condição mais desfavorável a exportações completou a receita de baixa na confiança.
O ICI varia de zero a 200 pontos. Contempla dois indicadores: o de situação atual e o de expectativas futuras. O primeiro caiu, em julho, para 94,4 pontos. A marca é a menor desde novembro. Já o índice de expectativas futuras subiu para 95,3 pontos.
Foi a primeira alta desde janeiro e o maior resultado desde maio. Significa que, apesar das dificuldades, industriais enxergam possibilidade de melhora nos próximos meses.
Para analistas, isso tende a estar ligado à leitura de que a reforma da Previdência será aprovada no Congresso. Segundo especialistas, a proposta deverá gerar alívio fiscal, sem resolver todos os problemas da economia. Ou seja, o crescimento depende de ações adicionais.