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O episódio de escaramuça comercial latino-americana envolvendo represália a barreira sanitária do Equador para evitar contágio no Brasil de uma doença de camarões já provocou perdas de US$ 20 milhões à indústria calçadista nacional. Poucos dias atrás, Heitor Klein, presidente da Abicalçados, que representa o segmento, esteve com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli em busca de solução. O caso aguarda apenas o envio de documentação de análise de risco da Secretaria da Pesca para a Advocacia Geral da União (AGU) para ter um desfecho positivo para os calçadistas brasileiros.
A origem do problema, conforme Klein, já teria sido resolvida, ou seja, não há comprovação de que a importação de camarão equatoriano tenha risco de contaminação. A posição tem aval do Ministério da Agricultura. Falta apenas o encaminhamento da Secretaria da Pesca para a AGU e, posteriormente, para o STF.
Oitavo maior importador de sapatos do Brasil, o Equador vinha aumentando suas compras por aqui até que o Ministério da Agricultura brasileiro exigiu um certificado sanitário de camarões e bananas importados de lá por brasileiros. Exigências desse tipo costumam ser vistas como barreira técnica ao comércio exterior e acompanhadas de represálias. Como são difíceis de cumprir, acabam representando redução nas vendas. Em retaliação, o Equador passou a exigir certificado de origem do calçado brasileiro, com comprovação de 60% de conteúdo local, para manter uma redução nas taxas de importação prevista entre os dois países.
A situação se agravou a partir de junho, quando o Equador voltou a exigir comprovação documental de origem e a cobrar do importador uma "tarifa de garantia" de 10% do valor mais US$ 6 por par de sapatos.Os valores são devolvidos caso os requisitos sejam cumpridos, mas afeta o fluxo de caixa dos fabricantes. Até o mês anterior ao aprofundamento da crise, maio, as compras dos equatorianos eram as que mais cresciam, com alta de 37%.