O fato de não haver pesquisas ou incidentes com candidatos à Presidência da República
não foi suficiente para acalmar os investidores no mercado de câmbio. O dólar voltou a subir, fechando na máxima do dia, em R$ 4,123. Ao contrário de quando cruzou a barreira dos R$ 4, levado por inquietações eleitorais no Brasil, nesta quinta-feira (23) também se valoriza frente a pelo menos duas dezenas de moedas de países emergentes.
No mercado financeiro, o motivo é atribuído à ansiedade em torno do que vai dizer Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Ele vai discursar na sexta-feira (24), durante encontro de banqueiros em uma cidade turística americana com o curioso nome de Jackson Hole (algo como "buraco de Jackson").
Há certa tensão sobre sinais Powell pode dar sobre o futuro do juro americano. O início do processo de elevação da taxa básica nos Estados Unidos, que era mantida em níveis historicamente baixos por quase uma década, desde a crise de 2008, provocou impacto em vários países emergentes.
Desde então, a Argentina já recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Turquia foi obrigada a adotar o maior juro básico do mundo, de 45% ao ano. O Brasil é considerado mais protegido a essa turbulência, por ter reservas elevadas e um resultado positivo nas transações com o Exterior, mas não é imune.