Depois que o Banco Central (BC) avisou que teria US$ 20 bilhões para negociar no mercado de câmbio até o final da próxima semana, a cotação da moeda americana caiu 5,59% nesta sexta-feira (8), para R$ 3,706. O mercado de câmbio sentiu o peso da intervenção e percebeu que ficaria caro especular contra o real.
Mesmo sem a tensão do dia anterior, quando dólar decolava, bolsa despencava e juro futuro entrava em órbita, o dia foi mais tranquilo no mercado financeiro. No entanto, a bolsa seguiu operando todo o dia no negativo. Reduziu o nível de perdas no final da tarde, mais perto do fechamento, com outra intervenção, dessa vez do Tesouro Nacional, anunciando que vai facilitar a compra de títulos do governo federal até o final de junho. Tirou pressão, mas confirmou o que os investidores – e especuladores – querem: sair do Brasil.
– O dia foi mais tranquilo, mas os próximos meses não serão – avisou Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Fibra.
Entre os economistas que não veem ataque especulativo na origem do tremor de quinta-feira (7), Oliveira pondera que o Brasil está sendo afetado de maneira mais forte do que a média dos países emergentes porque tem fragilidades. A principal é a fiscal – o déficit nas contas públicas.
– Não são tão grandes quanto as de Argentina e Turquia, mas com é um mercado bastante líquido (fácil de entrar e de sair), apanha bastante, como dizemos no mercado.