Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Efeito oposto
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Quem gosta de dólar alto: segmento da economia gaúcha surfa na onda verde

De janeiro a novembro deste ano, as exportações das indústrias do polo moveleiro de Bento Gonçalves cresceram 11,7%, parte por ganho de competitividade no Exterior com desvalorização do real

Marta Sfredo

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Jeferson Soldi / Divulgação
Polo de móveis gaúcho é formado por Bento Gonçalves, Pinto Bandeira, Monte Belo do Sul e Santa Tereza.

A turbulência no dólar — de janeiro até a forte alta da última segunda-feira (23), a cotação acumula alta ao redor de 27% — traz efeitos à economia real. O que mais preocupa é a alta de preços de vários tipos de produtos: os importados, os com componentes vindos do Exterior e mesmo os que, embora sejam feitos no Brasil com custos nacionais, têm preço definido no mercado internacional.

Mas há quem se beneficie: desde o início deste ano até novembro, as exportações das indústrias do polo moveleiro de Bento Gonçalves cresceram 11,7% no comparativo com o mesmo período do ano passado, chegando a US$ 56,4 milhões. A apuração é do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), com base em dados do portal Comex Stat, do governo federal.

O que ajuda a explicar a alta é a desvalorização do real — outra forma de dizer que o dólar está subindo. O setor de exportação brasileiro ganha competividade no Exterior quando o real perde força

Com a alta do dólar, os exportadores ganhan mais em reais ao venderem para o Exterior. Na prática, quando o dólar era R$ 5, quem quem vendia produtos para outros países por US$ 10 ganhava R$ 50. Com a cotação a R$ 6, o mesmo produtor passa a receber mais.

Os principais destinos dos móveis produzidos na região de Bento Gonçalves no período foram Estados Unidos, Uruguai, Chile, México e Peru, conforme o Sindmóveis. É bom lembrar que, apesar de não ser a moeda oficial destes países, o dólar é dominante em transações internacionais.

*Colaborou João Pedro Cecchini

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