Depois de ter superado a barreira dos R$ 3,80 no dia anterior, o dólar seguiu em alta nesta quarta-feira (6), para fechar em R$ 3,838. O patamar renova a máxima, batida na terça-feira (5), desde março de 2016. Mesmo com novas intervenções do Banco Central e até do Tesouro Nacional, que anunciou recompra de títulos públicos do governo brasileiro para tentar tranquilizar investidores, o mercado seguiu em clima tenso, com a bolsa também registrando novas perdas.
Embora o cenário de fundo seja a mudança de humor global em relação a países emergentes, as indefinições do governo em relação à crise dos combustíveis – dificuldade de cumprir o acordo com os caminhoneiros, que incluiu desconto de R$ 0,46 por litro no diesel e a tabela mínima de fretes – e o cenário eleitoral desfavorável do ponto de vista do mercado contribuem para intensificar, no Brasil, a reação global.
O movimento embute também certa tensão pré-Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). Na próxima semana, o comitê de política monetária da instituição americana se reúne. Existe quase consenso na expectativa de a decisão será elevar moderadamente o juro por lá, mas há suspense sobre o pronunciamento do presidente da instituição, Jerome Powell, para tentar "ler" até onde as taxas vão subir – e como o investimento no Brasil será impactado.