A redução no uso da capacidade das refinarias da Petrobras ainda precisa ser melhor compreendida em meio à crise provocada pela alta de preço dos combustíveis. Nas poucas vezes em que a Petrobras comentou a opção pela importação de gasolina e diesel, atribuiu a cálculos de conveniência financeira, mas não deu detalhes. Como o debate sobre os preços dominou o país e seguirá aceso nas eleições, merece ser melhor explicado.
A coluna colheu dados oficiais de produção de diesel na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, e constatou redução de 17% entre 2016 e 2017. Nos quatro primeiros meses do ano, o corte na produção local se aprofundou, com média ao redor de 26% entre janeiro e abril, frente aos mesmos meses de 2017, quando já havia redução acentuada.
Conforme declarações da Petrobras, seria mais rentável exportar petróleo cru (sem refinar) e importar diesel, até pela alta do barril no mundo. Uma das justificativas é que, no processo de elaboração, saem outros derivados de preço menor, que desequilibrariam a conta. Mas todos queremos entender isso melhor, não?