Durante a teleconferência de divulgação do balanço do primeiro trimestre, o presidente da Braskem, Fernando Musa, surpreendeu ao afirmar que a companhia estuda participar de um consórcio para disputar o controle de um dos dois conjuntos de refinarias que estão sendo vendidos pela Petrobras. Um desses pacotes inclui a Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas.
Apesar de a Braskem cumprir exigências da Petrobras para se candidatar à compra, a intenção não era esperada porque a própria petroquímica está envolvida em tratativas entre seus dois sócios (Odebrecht, com 50,1% das ações ordinárias, e Petrobras, com 47%), para que ambos possam vender suas participações.
No final de janeiro passado, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, confirmou que a estatal tinha interesse em passar adiante toda ou boa parte de sua fatia. Afirmou, ainda, que uma das ideias seria transformar a petroquímica em uma corporação (sem controle definido, com ações diluídas no mercado). Assim, tanto a estatal quanto a Odebrecht, ambas com problemas de endividamento, poderiam obter recursos.
Conforme Musa, o fato de a Braskem ter centrais de produção próximas das refinarias em oferta justificaria o exame da oportunidade. A matéria-prima básica da petroquímica é a nafta, produzida nas unidades hoje pertencentes à Petrobras. Desse ponto de vista, o negócio faz sentido, embora a situação de mercado da Braskem recomende cautela. Ainda segundo o executivo, a petroquímica não seria líder do consórcio, mas examinaria convites formulados com a intenção de compor um grupo de empresas.