Depois que o resultado do trimestre veio muito abaixo do esperado, a Petrobras anunciou, nesta sexta-feira (11) que vai acelerar seu programa de venda de ativos. Entre os negócios que a estatal pretende passar para empresas privadas estão um naco da BR Distribuidora, a maior rede de postos do Brasil, o complexo de gasodutos no Nordeste e duas áreas em que a companhia tem forte atuação no Rio Grande do Sul: petroquímica e biodiesel.
Desde a gestão de Aldemir Bendine, que teve prisão decretada no final de julho, a Petrobras tenta passar adiante negócios não essenciais para diminuir um dos maiores endividamentos do mundo – depois de diminuir 6% no segundo trimestre, fechou em R$ 295,3 bilhões. Houve problemas com o Tribunal de Contas da União (TCU), e a estatal foi obrigada a reformatar todo seu programa de desinvestimento.
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Agora com um ritual bem definido, com anúncios disciplinados ao mercado, o processo de encolhimento da estatal parece que vai começar de fato. Um dos pontos deve ser a sociedade com a Odebrecht na Braskem, dona do polo petroquímico de Triunfo.
O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Ivan Monteiro, falou nesta sexta sobre o assunto, mas só disse que os dois acionistas "se engajaram na discussão do acordo" – as regras que estabelecem a relação dos sócios e como é possível avançar na eventual venda.
A expectativa sobre o destino não alcança apenas Triunfo, mas outros polos petroquímicos no país – Camaçari (BA) e Duque de Caxias (RJ). Mas depois de quase uma década desde que a Braskem consolidou quase todas as indústrias fabricantes de resinas no Estado, está na esquina uma grande mudança na estrutura da indústria gaúcha.