As exigências de receita mínima feitas pela Petrobras para candidatos à compra de 60% da empresa criada para absorver as refinarias Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, e Getulio Vargas (Repar), de Araucária (PR), mais instalações de logística, restringem a três as candidatas potenciais brasileiras que têm afinidade com o negócio. Considerando que também está à venda um complexo semelhante no Nordeste, e que uma das três está em meio a uma tentativa de acordo entre os sócios para venda de participação, restam duas – em tese, uma para cada complexo.
As três candidatas nacionais
- Raízen, com receita anual R$ 79,2 bilhões, é resultante da fusão entre os negócios da Shell no Brasil (de exploração e produção até a rede de postos) e a Cosan, empresa produtora de etanol que, há uma década, havia comprado a Esso no Brasil.
- Ultra, com receita de R$ 21,6 bilhões em 2017, é dona da rede de postos Ipiranga, da Ultragaz e de outros negócios de menor visibilidade. Tentou comprar a Liquigás da Petrobras, por R$ 2,8 bilhões, mas o negócio foi vetado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
- Braskem, com receita de R$ 49,3 bilhões, é a maior produtora nacional de resinas para produtos plásticos. Embora atenda aos requisitos, é pouco provável que venha a fazer oferta. Primeiro, porque a Petrobras é sócia da empresa, com participação relevante. Depois, porque o sócio controlador, a Odebrecht, quer se retirar do negócio vendendo sua participação. Só falta um acordo entre as partes para que a companhia também seja oferecida no mercado.
Nos prospectos apresentados na sexta-feira passada (27), a estatal definiu receita mínima de US$ 5 bilhões (R$ 17,4 bilhões) para companhias e gestão de ativos de pelo menos US$ 1 bilhão (R$ 3,5 bilhões) para fundos de investimento. Claro, além das empresas nacionais e de fundos, ainda há a possibilidade de interesse por parte de petroleiras que atuam com mais foco em exploração e produção.
O gerente-geral de Reestruturação de Negócios de Refino da Petrobras, Arlindo Moreira Filho, considera "natural" que os interessados sejam relacionados ao negócio, tanto na ponta da produção quanto na de distribuição, pela complementariedade das atividades.
– É difícil precisar, mas sobretudo produtores de petróleo e distribuidores tem sinergias com esse negócio – disse Moreira Filho à coluna na sexta-feira.