Apesar de já ter aberto em baixa nesta segunda-feira (16), a bolsa aprofundou a queda perto do meio-dia, para mais de 1%. Com Nova York operando em alta de quase 1%, a explicação dos analistas para o mau desempenho local é mesmo a ressaca da pesquisa eleitoral divulgada no domingo. Além da manutenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança das pesquisas, o levantamento do Datafolha não mostrou o que investidores e especuladores no mercado de capitais davam por descontado há alguns meses: um candidato reformista de centro com boa viabilidade eleitoral.
Além do ceticismo em relação à eleição, há revisões no cenário econômico. Correções de estimativas começaram na última sexta-feira e se prolongam nesta segunda. O Banco Fibra, por exemplo, que tinha uma das mais otimistas previsões de alta de PIB para 2018, alterou drasticamente o prognóstico. Em vez de crescimento de 4,1%, a área macroeconômica da instituição agora passa mais perto da média do mercado, estimando 2,8% de avanço no ano.
A justificativa é "desempenho aquém do esperado de um conjunto relevante de indicadores econômicos ao longo do primeiro trimestre". O banco também cortou a menos da metade, a exemplo do Itaú Unibanco, a projeção para o período de janeiro a maio. Antes em alta de 0,9% no PIB do primeiro trimestre, agora a expctativa é de alta mais modesta, de 0,4%.