Depois de piscadas e engasgos, ficou claro que o primeiro trimestre de 2018 não foi aquilo que se esperava. Indicadores abaixo da expectativa provocaram uma onda de revisões das projeções de crescimento para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do período entre janeiro e março. O Itaú Unibanco, por exemplo, cortou a sua pela metade, de 1% para 0,5%.
A GO Associados, que já era mais cautelosa e estimava algo perto de 0,7%, agora situa o avanço em magro 0,3%.
Ao menos no caso do Itaú Unibanco, a esperança de emplacar um alta de 3% neste ano está mantida. Mas agora será preciso acelerar o passo para buscar esse resultado. Não se trata de risco à reação, mas sinais de que é preciso fazer mais esforços para garantir que vai deslanchar.
Fevereiro está longe de ser um mês típico, mas os três principais setores da economia ficaram perto do zero no período. A indústria avançou 0,2%, o varejo recuou 0,2% e os serviços marcaram um magro 0,1% positivo.
Comerciantes gaúchos têm relatado a seus pares que não ficaram felizes com os resultados colhidos em março. Mas vão reagir com satisfação ao tom do novo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. Além das grandes reformas, o que os empresários reclamam é de mudanças em leis básicas que regem o dia a dia dos negócios. Entre as mudanças necessárias para o país, Guardia mencionou cadastro positivo e duplicada eletrônica.
Se avançar, de fato, em microrreforma tributária, eliminando superposições legais e diferentes interpretações, pode dar o alento que faltou no atribulado primeiro trimestre. O novo ministro sinalizou com medidas mais focadas, como a muito aguardada mudança na cobrança de PIS/Cofins. Se entregar, ainda pode salvar o ano.