Se havia dúvida a respeito da possibilidade de mais um corte no juro básico na reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom-BC) desta quarta-feira (21), o recuo geral da atividade econômica no primeiro mês do ano reduziu a margem. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado na segunda-feira (19) mostrou recuo de 0,56% ante dezembro de 2017, com ajuste sazonal. Se encerrar a etapa de redução na taxa de referência, o BC ainda terá a tarefa de garantir que o efeito proporcional chegue às taxas de mercado.
A mais recente ata do Copom havia sido considerada dúbia, porque sinalizava o famoso "fim do ciclo de baixa" – uma parada nos cortes sucessivos –, mas admitia "flexibilização monetária moderada adicional", ou seja, nova poda na taxa de referência, "caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos".
A "evolução no cenário básico" se deu pela combinação de retomada menos sólida e inflação ainda muito baixa. A situação abre espaço para um corte adicional que, antes, não era projeção unânime mas ganhou força nas últimas semanas. Assim, o Copom deve anunciar mais uma aparada de 0,25 ponto percentual no juro básico, levando a taxa para 6,5%, um novo piso histórico.
Se não surpreendeu, a primeira queda no IBC0-BR desde agosto do ano passado evidencia quanto ainda é desequilibrado o processo de recuperação – havia expectativas de queda de 2,6% à expansão de 0,2% na comparação mensal. O início de ano engasgado provocou efeitos sobre previsões de crescimento em 2018. Os mais otimistas, que estimavam alta do PIB acima de 3%, perderam espaço. Na média, a projeção encolheu pela segunda semana seguida, agora para 2,83%.