Tudo parece ter piscado neste início de 2018. Além das viradas nos indicadores de produção industrial e de automóveis, no primeiro bimestre até o juro subiu, depois de 14 meses de redução consecutiva. A pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) mostrou uma pequena alta.
– Também ficamos surpresos – diz Miguel Ribeiro de Oliveira, que coordena a pesquisa. – Não há qualquer justificativa técnica.
Ao contrário, detalha Ribeiro, três motivos levariam a novas reduções: a economia melhorou, houve novo corte adicional em fevereiro e ainda há alta defasagem entre a queda da Selic e a das taxas ao consumidor. Sequer há sinais de aumento de inadimplência, custo que costuma ser espetado na conta dos bons pagadores. É tão injustificável, reforça o especialista, que deve ser pontual.
Ribeiro ressalta que, apesar do aumento na média, nem toda as taxas ao consumidor subiram, como a do cartão de crédito. Também, a 318,5% ao ano e 311,75 pontos percentuais acima da básica, se subisse seria um desaforo. Dá até saudade do tempo em que as taxas na ponta caíam menos do que o juro básico.