Bem que se dizia que Eduardo Guardia, novo ministro da Fazenda, era mais duro do que seu antecessor e ex-chefe, Henrique Meirelles. O que o atual pré-candidato à Presidência da República só disse em privado ao governador José Ivo Sartori, Guardia afirmou nesta quarta-feira (11) em alto e bom som – e em público.
Ao falar sobre o Regime de Recuperação Fiscal (RFF) ao qual o Rio Grande do Sul é candidato, o ministro afirmou que o governo federal está “pronto a ajudar” Estados em dificuldade que “se enquadram nos requisitos os mecanismos de refinanciamento de passivos tendo como contrapartida um plano de reajuste que contemple a adoção de medidas previstas na lei, notadamente a privatização de ativos”. A manifestação, a primeira em público como o novo ministro, ocorreu durante a transmissão de cargo de Meirelles a Guardia, que havia tomado posse na véspera.
E embora Guardia não tenha mencionado especificamente o Banrisul, como fez Meirelles a Sartori, o banco foi o “ativo” do Rio Grande do Sul mais lembrado entre os presentes. O Estado está na fila do RFF, com dificuldades para apresentar garantias. As estatais privatizáveis, na visão do Piratini, são CEEE, CRM e Sulgás, mas nem para essas consegue aprovar dispensa de plebiscito. Uma alternativa em estudo é fazer a consulta pública em outubro, na mesma data das eleições, mas o martelo ainda não está batido.
Desde a década de 1990, quando a grande maioria dos Estados privatizou seusbancos públicos, essas instituições são consideradas exóticas entre integrantes da equipe econômica do governo federal. Guardia disse que a Fazenda esta atenta “aos graves problemas sociais decorrentes da crise fiscal dos Estados e defendeu a criação do regime especial, o que não é consenso entre seus pares.