Na manhã seguinte à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que abre caminho para a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bolsa sobe 1,8% e o dólar recua 0,3%. Não se trata de euforia, até porque alguns dos elementos de incerteza para os investidores seguem no horizonte, como a situação jurídica e política do presidente Michel Temer e a nova postura das Forças Armadas. Embora existam avaliações de que, eliminado o risco de "impunidade" citado pelo general Eduardo Villas Bôas, os militares mantenham seu "papel institucional", ainda há dúvidas sobre seu novo papel.
Permite o alívio, depois de um dia muito instável na quarta-feira, a melhora no desempenho da bolsa de Nova York, que sobe quase 1% depois de dias muito tensos na semana passada e nesta, com a crise das big techs e o temor de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China.
De forma sintomática, há duas estatais entre as ações mais valorizadas nesta manhã de quinta-feira (5): Petrobras, que sobe 3,9%, e Banco do Brasil, 4%. Analistas interpretam o movimento como alívio com o virtual afastamento de Lula da disputa eleitoral. Papéis de empresas ligadas a commodities também avançam, beneficiados pela percepção de que EUA e China entrarão em fase de negociações para discutir a mútuas imposições de tarifas sobre importação de produtos.