Fruto de investimento de R$ 30 milhões, o Blanc Medplex já tem previsão para abrir as portas em Porto Alegre: a primeira semana de junho. O hospital especializado em cirurgias que fica no complexo do bairro Santana é resultado da associação de dois médicos, Rodrigo Wobeto e Charles Berres, com um especialista em mercado imobiliário, Luiz Felipe Ducati. É um conceito novo, que ainda não existe no Brasil, asseguraram os sócios à coluna.
O empreendimento nasceu quando Wobeto pensava em ampliar o hospital-dia em que atua e examinava o projeto do Medplex, da Cyrella, focado no segmento de saúde. Em conversas com Ducati, surgiu a ideia de criar um tipo de atendimento que ficasse entre esse modelo e os grandes hospitais que já existem na capital gaúcha. Quando Ducati manifestou a intenção de se tornar sócio, o negócio começou a ganhar forma e, em seguida, teve adesão de Berres.
Um dos problemas que os médicos identificaram era a dificuldade de agenda para marcar cirurgias eletivas, o que será a finalidade principal do Blanc Medplex. Por isso, o hospital já abre com nove salas cirúrgicas e possibilidade para abrir uma décima no curto prazo. Grandes hospitais do Estado têm até 14, conforme os sócios do empreendimento. Esse número permitirá fazer até 1,5 mil cirurgias ao mês.
Com imagens de instalações confortáveis, o Blanc Medplex passa a percepção de um hospital de luxo. Os sócios confirmam que não vai atender ao Sistema Único de Saúde, mas contemplará quase todos os convênios com planos de saúde. Por isso, surpreende a disposição, manifestada por Wobeto, de "entregar mais por menos".
– A arquitetura é de luxo, mas isso não quer dizer que os custos não sejam menores – afirma, explicando que um dos pilares do hospital é baixo custo administrativo.
O hospital terá laboratório, centro de diagnóstico por imagem, 440 consultórios, 30 leitos de recuperação e unidade semi-intensiva, além das salas cirúrgicas. Como tem dois médicos como sócios, o Blanc Medplex pretende oferecer instalações e serviços mais favoráveis aos profissionais que conduzirão os procedimentos, reforçando a vocação de Porto Alegre para o atendimento à saúde.
– O modelo segue o conceito de desospitalização, uma tendência mundial, que permite fazer cirurgias, internar e liberar o paciente em até três dias para casos de baixa e média complexidade – detalha Berres.
Planejado há três anos, o hospital tem a ambição de representar um modelo novo no Brasil. Ducati, Wobeto e Berres afirmam que buscaram algo semelhante no processo de definição do perfil do hospital no país e não encontraram.
– Não tem nada parecido com esse modelo – afirma Wobeto.