Na volta de Davos, na Suíça, o presidente Michel Temer relatou que investidores estrangeiros reconhecem avanços no Brasil, mas alertaram que é preciso resolver o problema fiscal. Se Temer fosse um suíço nativo, a declaração ainda surpreenderia. Pior, veio no mesmo dia que o Tesouro Nacional fez uma espécie de "balanço da dívida".
O total da dívida bruta (sem descontar o que há a receber) bateu em 74,4% do PIB em 2017. Para este ano, a estimativa é subir mais, para 74,8%. Se nos países com maior encrenca fiscal esse percentual passa de 100%, na média dos emergentes é de 48%, conforme o FMI.
Só a dívida pública federal alcançou R$ 3,5 trilhões em 2017 e poderá tocar os R$ 4 trilhões neste ano, conforme o Tesouro. É o equivalente, por exemplo, a todo o PIB de países como México e Indonésia.
A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, admitiu que a dívida pública do Brasil é “muito elevada em relação a seus pares de padrões econômicos similares”. Ana Paula participou do debate sobre a suspensão da regra de ouro. Após provocar polêmica, foi arquivada. Por ora.