Elas ainda me assombram, as flores, aqui na sacada de meu quarto onde estou meio confinada, com teeeeeempo para refletir.
Havia muitas, em arrumados canteiros ou em profusão inglesa, que nunca entendi direito, mas significavam vida. Coisa que então – como agora – eu não entendia direito.
Houve tempos em que isso me alarmava, com a idade entendi que não há por que entender, nem talvez o que entender.
A vida não é para ser entendida, mas recebida, aceita ou não, curtida, domada ou sofrida com sua beleza, chatice ou dor, assim mesmo, várias fases.
Olho uma grande tela da minha amada Lou Borghetti, com sua escadinha, que ela dizia “não leva a lugar nenhum”, o que a tornava tão fascinante para mim.
Contemplo uma tela em incríveis cores de minha filha Susana Luft, com um comentário sobre chuva e a figura feminina num lugar que alude à minha infância e à dela e a magnólia que marca tudo aquilo para nós.
Pois para muita gente significa diversas coisas e está tudo certo assim.
Como eu não entendia flores, tempo, vida, nem hoje entendo, o verbo “entender” é trabalhoso e inútil a não ser para cientistas.
Nós, mortais, podemos curtir... e ser felizes.