A segunda temporada do reality show Caminhos para a Vitória, que começou agora em maio, veiculado todas as terças-feiras na RBS TV dentro do Globo Esporte, chegou na hora certa em que era preciso novamente dar uma sacudida na vida. Na temporada inicial, que foi ao ar entre setembro e novembro do ano passado, eu e a minha parceira de todas as horas Alice Bastos Neves fomos desafiados e cumprimos todas as metas propostas.
A primeira batalha incluiu a busca da redução de peso e da glicose (no meu caso específico), melhora nos índices corporais - como percentual de gordura, massa muscular e massa magra, por exemplo - além do teste de corrida na pista do estádio da PUCRS, quando tínhamos que aumentar a distância em um tempo determinando de 6 minutos. Foram quatro provas durante o período. Tínhamos que nos superar de verdade. Com muita batalha, conseguimos!
Terminada a temporada, à convite do coordenador da academia da PUCRS, Ignaldo Rosa, fomos convocados a seguir os treinos usando toda a estrutura da academia, contando também com o auxílio dos professores. Eu e a Alice, de cara, topamos continuar os trabalhos, afinal teríamos à disposição uma das melhores estruturas do Rio Grande do Sul na área. Da minha parte - sei que a Alice é megafocada - sem aquele compromisso do Caminhos para a Vitória, diminuiu a pressão e rolou aquele relaxamento perigoso.
Ingressei dentro da sinuosa zona de conforto. É como o canto da sereia. Você fica inebriado. Ela é má companheira para cuidar do corpo e construir saúde. Ela está na espreita para fazer você desfocar. Sem mais ter um objetivo claro, os treinos começaram a ficar mais espaçados. Eu sempre acabava criando uma desculpa para não fazer o que tem que ser feito.
A alimentação passou a ter alguns descuidos. Vieram as férias, as festas de final de ano e um rosário de desculpas esfarrapadas para não se cuidar. Zona de conforto é uma armadilha perigosa. Um lugar acolhedor e quentinho, que não te cria problemas. Não doem os músculos do corpo após a atividade física. Significa saber exatamente que as coisas não vão sair do controle.
Só que a nova temporada de Caminhos para a Vitória, mirando a nossa preparação para a cobertura da Copa do Catar, serviu de alerta para o gigante aqui voltar a cuidar da saúde. Só que prestes a recomeçar as gravações, acabei testando positivo para a covid-19. Participei do primeiro episódio de casa. Felizmente, escudado por três doses de vacina, tive apenas sintomas leves da doença.
Sem febre, quase nada de tosse, zero falta de ar e apenas a garganta arranhando um pouco, passados os dias de reclusão indicados, fui reencontrar toda a turma da RBS TV para reiniciarmos a batalha.
Mas antes de ir para o front definitivamente, para saber se tudo estava nos conformes depois de ser visitado pelo coronavírus, tive uma passada no Centro de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica da PUCRS. Aos cuidados do fisioterapeuta Vinicius Peringer, fiz todos os testes necessários, que me liberaram para realizar as atividades físicas com tranquilidade.
Agora, já estamos na pauleira para encarar o primeiro desafio, que será correr a Rústica de Porto Alegre, em 12 de junho, dividindo o trajeto de 8,5 km com a minha parceira Alice. Não será nada fácil. A minha relação com corrida, nos meus 46 anos, nunca foi muito amistosa. Por aqui, em GZH, vou relatando os bastidores dessa empreitada. Vamos juntos!