Gremista fanático, o jornalista Eduardo Bueno, com todo o seu talento, criou uma imagem interessante para falar sobre o estilo de jogo do clube na história. Em uma de suas obras, Peninha escreveu que no Grêmio o camisa 10 -sempre notabilizado por ser o craque de qualquer equipe - é o número 5. Ou seja, o volante brigador era a marca de um jeito de jogar do Tricolor, pautado na força física e na garra em contraposição do futebol catedrático. Nesse aspecto, pode se dizer que Maicon é um dos avalistas do período recente de atuações de encher os olhos e de títulos importantes conquistados.
Mas o camisa 8 já começou a se despedir do Grêmio. É inegável, a grande contribuição na história do clube, desde 2015, quando foi trazido para Porto Alegre por César Pacheco e Rui Costa. Merece todas as homenagens por parte da galera. Maicon ficará marcado para sempre na memória do torcedor gremista. Jogador de técnica rara e grande liderança no grupo, ele chegou a mudar um padrão histórico de jeito do Tricolor de jogar.
Mas as dificuldades físicas tiraram de Maicon a intensidade necessária para a maratona insana de partidas, que vivemos no calendário do Brasil. O meio-campista não suporta uma sequência de jogos como titular. Até o final da temporada, ele ainda pode ser extremamente útil para o técnico Luiz Felipe Scolari. Isso ficou claro no duelo contra a Chapecoense na última segunda-feira (9).
Ele entrou na reta final para cadenciar o jogo, segurar a bola e qualificar o passe. Pensando no futuro, na próxima temporada, o Grêmio vai precisar de renovação, refazer o time para iniciar um novo ciclo. Maicon até pode continuar jogando em 2022. Mas quando pendurar as chuteiras, é certo que ele continuará trabalhando com no futebol fora das quatro linhas.