Não há um culpado específico. O Grêmio está pagando agora, com a sequência de jogos decisivos, pelos pecados cometidos no ano passado. O fato de não ter garantido a classificação direta para a fase de grupos da Libertadores, via Brasileirão, obrigou o Tricolor a ter que encarar uma fase preliminar com o risco de ser eliminado da competição continental sul.
Se a equipe de Renato Portaluppi tivesse caprichado um pouco mais e não deixado para trás pontos importantes na competição nacional, estaria ocupando o lugar do Fluminense, equipe que notadamente tem menos qualidade técnica. A dura realidade de ter que enfrentar um mata-mata na retomada da temporada, após perder a final da Copa do Brasil, é se meter em uma grande enrascada, podendo parar na Sul-Americana como prêmio de consolação.
Claro que é possível eliminar o Independiente del Valle na Arena no jogo de volta. O gol marcado por Diego Souza no Paraguai pode ter sido a salvação. Se tivesse que apostar, colocaria as minhas fichas de que o Grêmio consegue passar. 1 a 0 basta. Mas não podemos esquecer que os equatorianos tem um time muito organizado. Funciona coletivamente. Em contrapartida, a equipe gremista vive um momento de instabilidade e incertezas. Faltam peças e o sistema de jogo está desencaixado.
Claro que a camisa pode pesar na hora da decisão. Tradição é importante. Entretanto, não decreta a vitória de forma antecipada. Terá que ser na superação a busca do carimbo no passaporte para a fase quente da Libertadores. Tudo que o Grêmio mais deseja é confirmar a estreia, pelo grupo A, no dia 21 contra o Defensa y Justicia da Argentina, em Porto Alegre. Caso contrário, a dura realidade será o duelo com o La Equidad, da Colômbia, no dia 22, pela Sul-Americana.