O Real Madrid é o maior clube do mundo. Não é porque ganhou seis das últimas 11 Ligas dos Campeões. Isso é consequência do projeto do time, dos processos que adota e do DNA que conserva e se alimenta de ambição. Um clube não é uma camisa. Ali, é a parte mais visível. Preenchê-la exige planejamento, ciência, método e, principalmente, domínio sobre o que faz. Um exemplo? O Real acaba de anunciar Mbappé. Sabe quando ele começou a assediar o francês? Há quase 10 anos.
Mbappé era um adolescente promissor no centro de formação de Clairefontaine, para onde a França leva os seus jovens talentos e os coloca a estudar, treinar e seguir um método 360 de preparação. Mbappé era fã de CR7 e, claro, de Zidane. O Real sabia disso.
Um dia, o adolescente Killyan atendeu ao telefone em sua casa, na periferia de Paris. Era do time espanhol, convidando-o para conhecer a Ciudad Deportiva. Quando ele chegou lá, um carro o buscou no Aeroporto de Barajas e zuniu pela autopista até o CT. Quando Mbappé abriu a porta, estava ali Zidane o esperando.
O Real pegou o técnico do seu time e o colocou para ciceronear um adolescente em uma visita pelo seu centro de treinamento. Florentino Pérez sabia que o Chelsea também estava na parada. A visita ainda teve fotos com CR7 e regalos dos merengues.
Mbappé acabou no Monaco, escapuliu para o PSG e, agora, quase uma década depois, chegou. Aos 25 anos, assinou por cinco anos com a equipe espanhola. Quando ele estiver saindo, em 2029, Endrick terá 23. Os mesmos 23 que hoje têm Vinicius Junior e Rodrygo. Ah, e o Bellingham terá 25. Isso, para quem tem dificuldade de entender, se chama projeto.