O Atlético de Madrid começa a ganhar a atenção aqui na Espanha. Pelos resultados e pelo que os jornalistas locais apelidaram de "Cholo bonito", em um trocadilho usando o nome de Cholo Simeone com o "Jogo bonito".
Na 13ª temporada no comando do time, Simeone mantém jogo com pegada sul-americana, mas começa a colocar mais lustro e elaboração técnica. A renovação é contínua no grupo.
Uma das novidades neste ano é um lateral e extrema paulista pouco conhecido no Brasil. Samuel Lino, 23 anos, começa a ganhar visibilidade na Espanha e lugar no time. No 6 a 0 no Celtic, pela Liga dos Campeões, ele entrou no segundo tempo e fez um dos gols, o quarto, e deu assistência para outros dois.
Lino nasceu em Santo André, começou a carreira na vizinha São Bernardo, ao trocar as quadras pelo campo com 16 anos. Foi levado pelo Flamengo, onde foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2018. Porém, estranhou a falta de acolhimento no sub-20 dos cariocas e voltou para casa.
O Corinthians abriu as portas. Uma reunião foi marcada. Quando chegou com o empresário ao Parque São Jorge, incomodou-se com o ar de deboche do segurança que os atendeu. Entendeu como desdém e decidiu, mesmo sendo torcedor do clube, que ali não jogaria.
Em 2019, seu empresário encontrou um lugar no Gil Vicente, de Portugal. O clube havia caído para a Terceira Divisão, como punição. Samuel topou mesmo assim. Chegou em um time com 12 brasileiros, sentiu-se em casa com o clima familiar e decolou. Foram 25 gols.
Em janeiro de 2022, foi vendido ao Atlético, por R$ 35 milhões. Apresentou-se para Cholo em junho, mas foi emprestado para pegar rodagem no Valencia. Voltou neste verão, como candidato à vaga deixada pelo belga Carrasco.
Destro, habilidoso, Samuel tem a aplicação tática e a marcação que tanto aprecia o técnico. Guarde seu nome. Pode ser que ele esteja, logo, numa lista de Fernando Diniz.