O Grêmio cavou seu lugar no G-4 em uma tarde de duas versões suas. A primeira de um time agressivo, que adiantou linhas, colocou até zagueiros a pressionar no campo adversário e virou um jogo em 30 minutos de futebol de alta intensidade. Construiu ali o 2 a 1 sobre o São Paulo e saiu para o intervalo.
Porém, a segunda versão que saiu do vestiário, mais uma vez, adotou a perigosa postura de baixar linhas, dar a bola ao adversário e esperar seu vacilo para liquidar a partida. Quando se entrega a bola e se passa apanas a correr atrás dela, cria-se um risco que poderia ser evitado.
Mas faz parte desse novo Grêmio também saber sofrer. Renato talhou-o para jogar quando tiver a bola e o controle e resistir quando estiver sem ela. Neste domingo (4), funcionou e ajudou a engatar o quarto jogo seguido com vitória e o sexto de invencibilidade.
Para encarar o São Paulo, Renato abriu mão da potência de Cuiabano e apostou na volta do argentino Cristaldo. Estava clara a estratégia de ser atento na marcação, mas também jogar. O gol do São Paulo, aos 15 minutos, numa escapada da pressão alta gremista, não abalou. Esse foi outro ponto positivo de um time que sabe como desatar os nós durante os jogos.
Renato manteve a ideia do Gre-Nal, com Uvini e Kannemann fazendo perseguições e marcando, muitas vezes, no campo de ataque os meias paulistas. Com sete, por vezes oito jogadores, projetados, o Grêmio passou a ter volume e a criar chances.
Cristaldo partia da ponta para o meio, deixando que Reinaldo espetasse como um ponteiro. O mesmo acontecia com Bitello e Fábio na direita. Suárez ganhava, assim, parceiros para dialogar e jogar. O gol veio numa roubada de bola na frente da área, seguido de chute de Cristaldo e pênalti, convertido por ele. O segundo teve essa conexão do time com Suárez. Ele recebeu de Bitello e acionou Reinaldo. Detalhe, o lateral estava dentro da área, livre, como um ponteiro.
Porém, esse Grêmio ativo e agressivo cedeu lugar a um time reativo no segundo tempo. Dorival colocou dois garotos, Nathan, lateral-direito, e Rodriguinho, meia-atacante, que deram nova vida ao time. O São Paulo se postou no campo de ataque. Aliás, aquele lado do campo precisará de cuidados especiais na semana. Quase tudo aconteceu por ali. Felizmente, para o Grêmio, menos o gol do São Paulo, que rondou e parou nas barricadas gremistas.