O Grêmio, é público, precisa vender na janela da metade do ano. A situação financeira herdada por Alberto Guerra, com déficit de R$ 96 milhões, e a necessidade de buscar contratações para formar um grupo competitivo tornam necessárias negociações.
Bitello, 23 anos, parece ser o ponta nesta lista de possíveis vendas. Ronald Falcoski, 20 anos e figura da seleção sub-20, também tem bom mercado. Até mesmo Zinho, cujas primeiras apresentações mostram potencial, seriam nomes que devem constar no radar dos scouters de clubes europeus.
Um jogador, no entanto, pode render uma boa cifra sem provocar estrago no grupo de Renato. Me refiro a Pepê, 26 anos, destaque do Porto nesta temporada que se aproxima do fim.
Vendido em fevereiro de 2021, o extrema deixou nos cofres 10 milhões de euros. Na época, o equivalente a R$ 65,4 milhões. No contrato, o Grêmio estabeleceu que teria direito a 12,5% de "plus valia". Ou seja, receberia o equivalente a 12,5% da diferença entre o que o Porto pagou e o que receberá. Os portugueses pagaram 15 milhões de euros por Pepê.
Na Europa, as atuações dele o colocaram na órbita de clubes da Premier League. O Porto já avisou que só abre conversas a partir de 70 milhões de euros. A diferença, portanto, daria 55 milhões de euros, sobre a qual o Grêmio teria direto a 12,5%, o que daria 6,8 milhões de euros. Ou R$ 37,5milhões, pela conversão de hoje. É um valor e tanto para quem precisa, com premência, equilibrar o caixa.
O sucesso de Pepê no Porto está ligado ao seu rendimento em campo e também à sua rápida adaptação ao futebol europeu. Pelo Porto, já o vi jogando como lateral-direito, como extrema, pelos dois lados, e até como atacante, por dentro.
Virou jogador de confiança do técnico Sérgio Conceição. Tanto é que seus números na Liga Portuguesa mostram que esteve presente em 29 jogos, sendo 23 como titular. Pepê tem quatro gols e seis assistências.
O Porto deve 481 milhões de euros. Mesmo que tenha reduzido em 48,7 milhões a dívida, no primeiro semestre da temporada, o clube apresentou déficit de 9 milhões de euros. A queda nas oitavas da Liga dos Campeões e a busca para tirar a diferença de quatro pontos do Benfica, o líder, são a prioridade do momento. Mas é urgente a necessidade de vender seus talentos. O que repercutirá diretamente na vida do Grêmio.