O espanhol do mineiro Thiago Galhardo deve ser fluente. Ou o idioma cai como sinfonia em seus ouvidos. Mais uma vez, pelas mãos de um técnico estrangeiro, ele ganha protagonismo e se torna um dos principais nomes do Inter. Com Eduardo Coudet, Galhardo passou de um meia-atacante que chegou para composição de grupo a goleador do Brasileirão, sendo até chamado para a Seleção.
A lesão muscular e o modelo de jogo adotado por Abel Braga fizeram dele um reserva de luxo. Tanto que foram apenas dois gols no returno do Campeonato Brasileiro (contra Bahia, de pênalti, e Vasco). A chegada de Miguel Ángel Ramírez, porém, resgatou o melhor de Galhardo. Ele segue atuando na frente, mas está longe de ser referência. Pelo contrário, a determinação é para que recue, ocupe espaços, troque de posições e busque, com sua leitura privilegiada de jogo, fazer o ataque funcionar, seja com passes ou gols.
O seu segundo gol contra o Olimpia é modelo dessa forma de atuar. Ele recuou até a intermediária, tabelou com Praxedes e recebeu no espaço vazio antes de encobrir o goleiro. O primeiro gol contra os paraguaios mostrou também que ele é de área, já que estava bem posicionado para pegar o rebote.
O fato é que esse modelo de jogo do Inter, de toque, trocas de passes e ocupação do espaço vazio se encaixa muito bem com um atacante que trouxe, dos tempos de meia, a compreensão do jogo. Com Coudet, já acontecia algo semelhante, já que o Inter atuava com dois atacantes, sendo um mais posicionado (Guerrero e depois Abel) e outro que infiltrava (Galhardo). Os números nesta largada são promissores, com sete gols em 10 jogos.
Segundo o SofaScore, Galhardo tem média de 0,46 gol por jogo no Inter e faz um a cada 99 minutos. Seu poder de conclusão é alto. Necessita de apenas 3,9 chutes para colocar a bola na rede. São esses índices que o sustentam como titular numa disputa renhida com Yuri Alberto e que terá, ali adiante, a entrada de Guerrero no páreo.