O Brasileirão escorre pelas mãos do Inter. E a dor dos colorados se agrava pelos episódios dos dois últimos jogos. Contra o Santos, houve o erro no gol de Leandro Damião, mas também houve o lance entregue por Fabiano que acarretou no empate dos paulistas. Mas os episódios em São Januário não tiveram atenuantes. O Inter perdeu dois pontos não por um, mas por dois equívocos da arbitragem. Houve falta clara na origem do lance, quando Werley segurou Nico López. E fica claro na imagem que Kelvin procurou o pé de Cuesta na disputa do lance.
Não acredito em complô, conspiração ou algo do gênero. Os erros vistos nestas rodadas finais do Campeonato Brasileiro, entre eles os dos jogos do Inter – e contra o Vasco houve pênalti de Cuesta e outro em Jonatan não marcados – são fruto do despreparo dos árbitros (os únicos não profissionais no campo de jogo) e da enorme pressão que sofrem.
Mas há um erro de origem. A desunião dos clubes e a negligência da CBF com a sua principal competição estão no cerne de todos os equívocos que vimos nos jogos do Brasileirão. Lá atrás, antes de começar o campeonato, foi colocada pela CBF a possibilidade de uso do VAR. Apenas sete clubes votaram a favor (a dupla Gre-Nal, Flamengo, Botafogo, Chapecoense, Bahia e Palmeiras). Os demais acharam alto o valor de R$ 50 mil por jogo.
Nenhum deles, no entanto, questionou a CBF do por que de ela, uma entidade milionária, com contratos vultosos e patrocinadores milionários, não bancar esse custo. A conta veio agora. Salgada, bem mais alta do que R$ 50 mil por jogo. Os clubes reclamam dos prejuízos causados pelos erros de arbitragem. E a CBF vê seu principal campeonato ficar com a imagem arranhada e, ao final de todas as rodadas, ser colocado sob a sombra da desconfiança.