Os abrigos de Porto Alegre acolheram mais de 17 mil pessoas afetadas pela enchente do Guaíba em maio de 1941. Em faculdades, escolas, clubes e outras entidades, famílias foram acolhidas. Os alagamentos na cidade começaram nas partes baixas no final de abril. No início de junho, 3,5 mil flagelados ainda estavam nos abrigos. A rede de solidariedade contou com voluntários e governo.
A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS) publicou, em 1942, na edição 85, o cardápio do abrigo montado na Escola de Engenharia da UFRGS. As famílias ganhavam três refeições por dia. Pela manhã, café simples com açúcar e pão. As opções do almoço eram sopa, feijão, arroz, ensopado de carne com batata e farinha de mandioca. A janta tinha sopa, café e pão.
Pela publicação do IHGRGS, eram os mesmos alimentos presentes nas mesas da maioria das famílias porto-alegrenses antes da enchente. A simplicidade do cardápio pode surpreender quem vive no século 21, mas precisamos considerar que a alimentação era mais natural e limitada, sem os industrializados e os produtos vindos de longe, como vegetais fora de época na região.
A cidade precisou fazer racionamento de alimentos na enchente de 1941. O leite, que não era industrializado, só podia ser distribuído para crianças e doentes. O governo do Estado estabeleceu uma tabela de preços para produtos essenciais. Nas notícias dos jornais, o número total de flagelados oscilou entre 60 e 80 mil. Porto Alegre estava com 272 mil habitantes no censo de 1940.