O deputado estadual Fábio Ostermann (Novo) decidiu contrapor a declaração de Marcel van Hattem (Novo-RS) que, à coluna, disse não ter sido ouvido a respeito da postura do diretório do partido Novo, agora favorável ao impeachment de Jair Bolsonaro. A posição foi oficializada em nota divulgada na segunda-feira (5).
A coluna conversou com Marcel van Hattem com exclusividade, que explicou as razões de seu posicionamento contrário ao afastamento do chefe do Executivo. Ele justificou seu entendimento pela falta de materialidade nas denúncias apresentadas contra Bolsonaro até aqui e também reforçou a importância de levar em consideração a opinião da bancada federal.
— Considero que as denúncias, apesar de graves, ainda carecem de materialidade. E, portanto, neste momento não justificariam a abertura de um processo de impeachment, que é um evento traumático para o país. Estamos no meio de uma pandemia, o momento não é para confusão. Além do que, na minha visão, esse pedido de impeachment não se sustenta juridicamente — afirmou.
Van Hattem foi o deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul, em 2018, com quase 350 mil votos.
Nesta quarta-feira, pelas redes sociais, Ostermann mandou uma indireta ao colega e disse que "não é verdade" que os deputados federais não tenham sido consultados.
"O assunto vem sendo tratado com o @novonacamara. DESDE JANEIRO! E somente anteontem, 5 de julho, a decisão foi anunciada! [5/10]", explicou em uma das publicações que formaram um fio sobre o tema.
Van Hattem rebateu imediatamente, dirigindo-se ao colega:
"Estivemos na mesma reunião domingo. Disse e repeti então que não fomos consultados. Você falou logo depois de mim. Não discordou. Ninguém fez reparos à minha fala. De perto não é de dentro. Quando fores federal poderá com propriedade falar sobre o que, hoje, não sabe. Abraço".
A coluna ouviu um terceiro integrante do partido Novo no Estado sobre o tema, o vereador Felipe Camozzato. Ele explicou que o estatuto do Novo prevê que o diretório do partido possa definir posições (por exemplo, impeachment), independentemente da postura da bancada. Contudo, em relação à orientação de voto, a opinião dos parlamentares deve ser levada em consideração, sim.
Ele completa citando que houve uma reunião, mas apenas para "informar" a decisão, já que a postura já havia sido definida pelo comando do Novo.
— Tivemos de fato reunião na sexta passada para informar os mandatários da decisão, junto com líderes do Vem Pra Rua, partido apoiado pelo Novo. A maioria dos mandatários opinou que discordava, mas a decisão já estava tomada. No domingo, teve outra pra alinhar a comunicação de que seria feita a posição pública pró-impeachment do partido — explicou