Que rufem os tambores! O senador Luis Carlos Heinze, do Partido Progressista, tem razão ao reclamar das fake news que circularam a seu respeito nesta semana, a partir da CPI da Covid. Como se sabe, a comissão ganhou ares de BBB, com comentários e torcida da população brasileira tal como os episódios do reality da TV Globo.
Heinze virou centro das atenções na terça-feira (25) ao mencionar que uma atriz pornô estava entre os funcionários de uma empresa que produziu um estudo contrário ao uso da cloroquina — e que associava a aplicação da substância à morte de pacientes com covid-19. E nisto Heinze estava certo.
Uma reportagem do britânico The Guardian apresentou, em junho do ano passado, suspeitas quanto à empresa norte-americana Surgisphere, responsável por fornecer dados de um estudo que chegou a ser publicado na revista The Lancet.
É desta reportagem (verdadeira) que Heinze captou informações citadas por ele na CPI. O texto mencionava que a empresa possuía entre seus funcionários uma modelo de conteúdo adulto e também um escritor de ficção científica. Em nenhum momento, o meme da atriz Mia Khalifa foi mencionado. É falso dizer que o senador caiu na pegadinha, como também é inverídico afirmar que ele usou o exemplo de Mia para os colegas na CPI.
O episódio, antes de ser engraçado, é um alerta para que estejamos sempre atentos às notícias falsas que circulam cada vez mais velozes pelas redes sociais. Se quisermos, de fato, combater a desinformação, é urgente não compactuar com textos, memes e postagens que contém dados inverídicos. Sejam eles alinhados ou não com nosso pensamento.
Ninguém está livre de se enganar, é verdade. Mas admitir e corrigir o erro é imprescindível.
Em tempos tão duros, combater as notícias falsas deve ser tarefa de todos nós.