A esperança a partir da chegada de doses da CoronaVac ao Rio Grande do Sul se somou, nos últimos dias, à apreensão por conta de um cenário em que ainda não há matéria-prima para produção de mais vacinas no Brasil. O chamado IFA é um ingrediente farmacêutico necessário para que o imunizante possa ser produzido pelo Instituto Butantan (no caso da CoronaVac) e também pela Fiocruz (no caso da vacina de Oxford em parceria com a Astrazeneca).
Sem IFA, não há como produzir vacina no Brasil e, sem fabricação local, o governo precisará importar doses de outras nações
Diante deste impasse, a pergunta que fica: afinal, quando o Rio Grande do Sul receberá novas doses da vacina contra o coronavírus?
Há, pelo menos, uma boa notícia. Na última segunda-feira, o Butantan encaminhou novo pedido de autorização para uso emergencial de um novo lote de 4,8 milhões de doses da CoronaVac. São doses envasadas no instituto e que serão enviadas ao Ministério da Saúde para que sejam distribuídas aos Estados.
Os técnicos da Anvisa trabalham para conseguir dar uma resposta ao Butantan até sexta-feira, segundo informou o gerente-geral de medicamentos do órgão, Gustavo Mendes à Rádio Gaúcha.
Se a autorização chegar até sexta, o instituto então repassará doses ao governo federal e, sendo assim, o Rio Grande do Sul e demais Estados poderão receber novas doses.
"Imediatamente", informou à coluna um técnico ligado ao Instituto Butantan, que acompanha o processo de produção do imunizante.
A quantidade que será enviada ainda não foi definida. Para efeitos de comparação, na primeira remessa o Estado recebeu 341 mil doses (de um total de 6 milhões).
Impasse com a China
E por que a produção de vacinas no Brasil enfrenta um impasse?
É que a matéria-prima essencial para a fabricação das vacinas contra o coronavírus no Instituto Butantan, responsável pela CoronaVac, e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), produtora da vacina de Oxford, está parada na China: o ingrediente farmacêutico ativo (IFA).
Nesta terça-feira (19), a Fiocruz informou que a previsão de entrega das doses produzidas no Brasil em fevereiro não se concretizará: ficará para março. A mudança deve dificultar ainda mais a execução do plano nacional de imunização contra a covid-19.