Uma cena inusitada chamou a atenção de quem tentava ingressar na Câmara de Vereadores de Porto Alegre na manhã desta segunda-feira (23). O vereador Mauro Pinheiro (Rede), que é líder do governo Marchezan na Casa, precisou pular a cerca porque os portões estavam fechados em um cenário tumultuado a partir de manifestações contrárias à decisão de extinguir o Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família de Porto Alegre (Imesf), determinada pelo STF e cumprida pela gestão municipal.
À coluna, o vereador disse que era necessário ingressar na Câmara para participar das discussões sobre a extinção do Imesf, já que ele é o líder do governo. Ele disse que tentou entrar pelo portão principal, que estava fechado, e por isso seguiu para uma segunda entrada.
— Eu não podia ficar de fora. E como eu já tinha tentado entrar pelo acesso principal, fiz a volta e fiquei ali neste acesso, no meio das pessoas. O pessoal estava com dificuldade e não estava conseguindo abrir o portão. Então relembrei meus tempos de força física como militar e decidi pular — narrou à coluna.
Mauro Pinheiro disse que nunca havia pulado a cerca antes. E, bem-humorado, completou:
— Não vamos arrumar problema no meu casamento. Nunca tinha pulado a cerca antes. Nem mesmo a da Câmara. Foi a primeira vez — contou, aos risos.
Fim do Imesf
Alvo de uma guerra judicial desde 2011, o Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família de Porto Alegre (Imesf) está com os dias contados. Até o fim deste mês, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a prefeitura da Capital terá de extinguir o órgão, demitir seus 1.840 funcionários, entre médicos, enfermeiros e agentes comunitários, e assegurar a continuidade do serviço.